terça-feira, 31 de agosto de 2010

"BraZil de Fernando Henrique/Serra" versus "BraSil de Lula/Dilma"


Reproduzo trechos da matéria da revista IstoÉ, edição 1534, sobre o início do 2º mandato de Fernando Henrique Cardoso. Título: Recua Brasil. Cortes nos programas sociais para cumprir metas do FMI levam Fernando Henrique a enterrar promessas de investimentos feitas na campanha.

Em seguida, reproduzo matéria postada essa semana no Blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, com o título: O Brasil é maior que a França e a Inglaterra. Bye-bye Serra forever.
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Brasil de Fernando Henrique/José Serra (2º mandato)

Por Guilherme Evelin e Rachel Mello

O Brasil engatou a marcha à ré. Quatro meses depois de conquistada a reeleição, o "Avança Brasil", programa de governo apresentado na campanha eleitoral pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, ameaça virar obra de ficção. Este ano, o País deve conhecer um recuo histórico, com queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5%, diminuição da renda per capita para os níveis de 1980 e índices de inflação e desemprego na casa dos dois dígitos, o que inviabiliza as promessas feitas pelo candidato FHC de manter a estabilidade do real e ainda tocar projetos capazes de gerar 7,8 milhões de novos postos de trabalho. Segundo o professor Márcio Pochmann, especialista em economia do trabalho da Universidade de Campinas, a renda per capita no Brasil deve cair 4,8% em 1999, representando a volta ao mesmo patamar de 1980. Com a decisão de dobrar a aposta na política de arrocho ditada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), outro passo atrás vai ser dado nos próximos dias. Até a quarta-feira 24, o presidente deverá tomar uma decisão sobre novos cortes no Orçamento e nos investimentos das empresas estatais. A tesourada de até R$ 4 bilhões vai atingir em cheio os programas do Brasil em Ação, um conjunto de obras consideradas prioritárias e apresentadas na campanha como o carro-chefe da retomada do desenvolvimento. Elas serão interrompidas ou adiadas. Pior: programas nas áreas sociais não serão poupados dos cortes. O candidato que pediu votos com o bordão de que o Brasil tem rumo iniciou, assim, o segundo mandato no Palácio do Planalto na trilha oposta da redução das desigualdades. "O presidente mudou de rumo. O eleitor percebeu isso e sua popularidade caiu como nunca. Junto à população, FHC ficou com a imagem potencial de mentiroso", analisa Fátima Jordão, especialista em opinião pública.

Trabalho infantil. A primeira vítima desses descaminhos pode ser a pequena rede de proteção social no País, que funcionava de forma precária mesmo nos tempos de moeda estável.

Na Educação, outros projetos que enchiam os olhos do presidente Fernando Henrique já sofreram duros golpes orçamentários no final do ano passado. O Programa de Informática, que deveria equipar com mais de 100 mil computadores escolas públicas de todo o País até o ano 2000, perdeu 90% de seus recursos.

Miséria. Estudos do próprio Banco Interamericano mostram que o País levaria 120 anos para eliminar a miséria se sua economia crescesse 2% ao ano. "O quadro social é grave. E a tendência é piorar porque não se tomam providências", diz o sociólogo Carlos Estevam Martins, professor da Universidade de São Paulo e co-autor do livro Política e sociedade em parceira com Fernando Henrique Cardoso.

"Quem acabou com a inflação vai acabar com o desemprego"

Fernando Henrique prometeu criar 7,8 milhões de empregos. A inflação está de volta. O desemprego este ano deve bater o recorde histórico.

"Avança Brasil"

O candidato FHC se comprometeu a aumentar o número de bolsas-escola e acabar o trabalho infantil, que hoje emprega 3,8 milhões de crianças de cinco a 14 anos. No atual ritmo, a meta é inviável.
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"O Brasil tem rumo"

Menina dos olhos do candidato FHC, o programa Toda Criança na Escola pretende colocar 98% das crianças na escola até 2002. A meta ficou mais distante depois que dois projetos de apoio do programa sofreram cortes drásticos.
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"Marcha à ré, não"

FHC prometeu mobilizar R$ 55 bilhões em investimentos para melhorar a infra-estrutura e acabar com os gargalos que atrapalham o crescimento do País. Este ano, o PIB pode cair até 3,5%. Obras prioritárias estão sendo interrompidas e adiadas.

Brasil de Lula/Dilma (2º mandato)

Por Paulo Henrique Amorim
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O Governo Lula incorporou 50 milhões de brasileiros ao mercado de consumo.

A classe C foi a que mais cresceu.

Tem hoje 104 milhões de pessoas.

A capacidade de consumo da classe C é de 500 bilhões de reais por ano.

A classe C é aquela com uma renda mensal entre mil reais e cinco mil reais.

A classe D tem um poder de consumo de 380 bilhões de reais.

50 milhões de pessoas incorporadas à classe C é o mesmo que dizer que uma Argentina, somada a um Chile, compõe a classe C.

O PIB deve crescer este ano 7%.

Será o maior crescimento anual do PIB dos últimos 24 anos.

O crescimento do PIB de 7% fará com que a economia brasileira seja maior que a da Inglaterra e também a da França.

Na Europa, só a Alemanha ainda é maior que o Brasil.

No ano que vem, a economia brasileira crescerá 5,5%.

Essas são informações que Guido Mantega, Ministro da Fazenda, deu hoje à Fátima Turci e Paulo Henrique Amorim, que serão veiculadas hoje e amanhã na Record News.

O Brasil hoje tem 260 bilhões de dólares de reservas cambiais e dívidas de 220.
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Clique AQUI e leia a matéria completa publicada na edição online da revista IstoÉ em 2000.

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