sábado, 10 de julho de 2010

Baixaria: “Jornalista” da Folha de São Paulo publica charge chamando Dilma de "garota de programa". Mulheres protestam contra jornalismo machista

Na semana passada José Serra pediu a seu vice, Índio da Costa, que ele fosse discreto com suas amantes (leia AQUI matéria da jornalista Christinna Lemos). Grande conselho de José Serra! Esta semana o “jornalista” da Folha de São Paulo, Josias de Souza, publicou em seu blog uma charge que chama Dilma de “garota de programa”, causando revolta entre as mulheres. Leia a seguir matéria publicada no site PB Agora:

Na quinta-feira, 8, o Blog do Josias de Souza, da Folha de São Paulo, publicou uma charge do cartunista Nani pegando gancho na substituição no TSE do programa de governo da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff.

A charge traz a petista como uma garota de programa, em uma esquina rodando bolsa, e dizendo: “o programa, quem faz são os fregueses; PMDB: Barba, cabelo e bigode; PDT: papai e mamãe. E vai por aí…”.


Basta fazer uma sutil Análise de Discurso para enxergar que a charge foi extremamente preconceituosa refletindo um pensamento dos mais machistas e sexistas que se pode ter. E por meio do twitter o grupo de mulheres que faz parte do site www.mulherescomdilma.com.br
manifestou total indignação lamentando que em época de campanha eleitoral muitas pessoas deixam de lado o respeito e a ética profissional e se entregam a um jogo de baixarias, alimentando preconceitos que infelizmente ainda estão enraizados na cultura brasileira.

De acordo com a interpretação das organizadoras do site o título da postagem, por exemplo, evidencia a intenção pejorativa da mesma: “Candidata de programa”, não deixando dúvida nenhuma de que o desenho ali expresso reflete uma avaliação depreciativa de quem o fez e também de quem o reproduziu.

“Há que se deixar claro aqui uma coisa: o problema não está em comparar Dilma a uma garota de programa, pois não há nada de errado na profissão destas mulheres. O que se critica veementemente aqui é, como muito bem dito por um colaborador deste blog, a “exploração do preconceito” que existe na sociedade contra as prostitutas. Ao sugerir a comparação da candidata com as garotas de programa, a charge revela a pior espécie de “humor”, se é que se pode chamar assim: aquela embasada no preconceito, no machismo e no sexismo, pois há a intenção de diminuir tanto as garotas de programa quanto a candidata”, rebateram as mulheres que apóiam Dilma.

Um grupo de lideranças feministas enviou ao colunista da Folha uma mensagem com duras críticas. A charge “é absurda, indigna e ofensiva não só à dignidade da candidata Dilma Rousseff, mas extensiva a todas as mulheres brasileiras, independente de suas escolhas político-partidárias”, afirma a nota de repúdio.

Íntegra da nota de repúdio:

A charge do cartunista Nani, reproduzida no blog do jornalista Josias de Sousa no dia 8 de julho de 2010, é absurda, indigna e ofensiva não só à dignidade da candidata Dilma Rousseff, mas extensiva a todas as mulheres brasileiras, independente de suas escolhas político-partidárias.

Só em uma sociedade midiática, em que predominam ainda valores machistas, é possível veicular “impunemente” uma charge tão desqualificadora das mulheres e tão discriminadora com as profissionais do sexo, as quais ainda se constituem como objeto de usufruto masculino.

Além do desrespeito e deselegância presentes na charge sobre a mulher na política, esta candidata tem uma história de luta contra o conservadorismo e as injustiças sociais, a charge reforça o preconceito sexista em relação as mulheres na política, desqualificando-as e fortalecendo o poder masculino.

Por onde irá se conduzir a ética dos comentaristas e chargistas políticos no vale-tudo da campanha eleitoral abrigados sob o teto da liberdade de imprensa?

Assinam a nota:

1) Lourdes Bandeira, professora doutora da UNB;

2) Hildete Pereira de Melo, professora doutora da UFF;

3) Severine Macedo, secretária Nacional da Juventude do PT;

4) Liege Rocha, secretaria Nacional da Mulher do PCdoB;

5) Marcia Campos, presidente da FEDIM;

6) Elza Campos, coordenadora Nacional da UBM;

7) Cecilia Sadenberg, professora doutora da UFBA;

8) Madalena Ramirez Sapucaia, professora da PUC-RJ;

9) Rachel Moreno, Observatório da Mulher;

10) Laisy Moriére, secretária Nacional de Mulheres do PT;

11) Angélica Fernandes, Coletivo Nacional de Mulheres do PT;

12) Rosangela Rigo, Coletivo Nacional e Secretária Estadual de Mulheres do PT-SP;

13) Alessandra Terrible, Coletivo Nacional de Mulheres do PT;

14) Fabiana Santos, Coletivo Nacional de Mulheres do PT;

15) Fátima Beatriz Maria, Coletivo Nacional de Mulheres do PT;

16) Kátia Guimarães, Coletivo Nacional e Secretária Estadual de Mulheres do PTMS;

17) Maria Teles do Santos, Coletivo Nacional e Secretária Estadual de Mulheres do PT-SE;

18) Paula Beiro, Coletivo Nacional de Mulheres do PT;

19) Raquel Auxiliadora, Coletivo Nacional de Mulheres do PT;

20) Suely de Oliveira, Coletivo Nacional de Mulheres do PT.

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