Ouvindo minha tia contar a história de um jovem guarabirense, levada ao conhecimento da população da região do Brejo Paraibano pelo repórter Zé Roberto da Rádio Cultura de Guarabira, decidi também refletir com vocês, caros leitores do blog, a situação comovente deste jovem paraibano. Realidade vivenciada por muitos adolescentes e jovens brasileiros em suas famílias.
O caso foi o seguinte: um jovem da cidade de Guarabira estava na porta da delegacia, na manhã deste sábado, esperando a chegada do delegado. Quando todos pensavam que ele estaria lá para fazer alguma denúncia, o repórter se surpreendeu com a resposta do jovem. Ele disse que estava ali, na frente da delegacia, para pedir ao delegado para ser preso, pois além de estar devendo dinheiro de drogas a traficantes, o seu pai tinha lhe expulsado de casa por ele ter vendido objetos para pagar essas mesmas dívidas.
O jovem guarabirense de 18 anos falou ainda que, a cerca de quatro dias, estava dormindo pelas ruas da cidade, e por isso estava ali esperando o delegado chegar para que ele pudesse ficar preso, pois lá estaria protegido dos traficantes que estariam querendo lhe matar. Que situação! Um jovem expulso de casa por causa das drogas e ainda pedindo para ser preso a fim de não ser morto pelos traficantes. Porém, não podemos condenar totalmente a decisão do pai desse jovem, só ele deve saber as dificuldades em que passou.
No entanto, o Estado precisa dar alguma resposta a este cidadão. Quando me refiro ao Estado estou falando do Estado como instituição, com seus órgãos de saúde, jurídico, assistencial, etc. Será que este jovem ficará abandonado nas ruas de Guarabira? De que forma os empresários guarabirenses poderiam ajudar? Os governos e a sociedade precisam entender que a questão das drogas virou caso de saúde pública e por isso precisa de ações urgentes.
Não podemos nos comportar com preconceito em relação a este jovem ou ao seu pai que lhe expulsou de casa. É preciso que nós reflitamos com mais profundidade a questão das drogas no seio familiar e exigir dos governos ações não apenas repressivas, mas também ações preventivas contra as drogas. Essa é uma tarefa que deve envolver a sociedade como um todo, instituições religiosas e escolares, empresariado, ONG’s, etc.
Contudo, o que me deixa um pouco desesperançado no combate ao tráfico de drogas, mas acreditando no impossível, é o avanço do tráfico através dos seus tentáculos nas policias, na política, no judiciário, nos meios de comunicação, entre outros setores da sociedade. Infelizmente, o que vemos pela mídia é o envolvimento desses setores no tráfico de drogas, os quais deveriam combater este tipo crime que assola, destrói as famílias brasileiras. Como diz o ditado “a esperança é a última que morre”, vou continuar acreditando nela.
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