quarta-feira, 9 de junho de 2010

A Rede Bandeirantes comete um grande desserviço à preservação da Floresta Amazônica

(Foto: Rodrigo Baleia/Greenpeace)

Por Júnior Miranda
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Assistindo o Jornal da Band na noite de ontem (8), fiquei indignado com a matéria veiculada no telejornal através do famoso “Editorial” do Grupo Bandeirantes de Comunicação, dessa vez, sobre a campanha publicitária desenvolvida pelo Ministério Público Federal (MPF), chamada “Carne Legal”, que incentiva os brasileiros a não consumirem carne bovina com procedência ilegal, como por exemplo, de áreas de desmatamento na Amazônia, onde exista o emprego de trabalho escravo, ou de empresas frigoríficas que praticam a lavagem de dinheiro.

É inacreditável que a Rede Bandeirantes tenha essa cara de pau em menosprezar a campanha do Ministério Público Federal contra o consumo de carne bovina proveniente de área de desmatamento na Amazônia. Essa atitude é um desserviço a nação brasileira.

Vocês devem acompanhar as minhas críticas veementes contra o monopólio da Rede Globo aqui no blog, seja no futebol, seja nas notícias, enfim, desse monopólio midiático antidemocrático da Rede Globo. Porém, o comportamento ridículo da Rede Bandeirantes também merece o total repúdio de todos nós cidadãos brasileiros que querem a preservação da Floresta Amazônica, e dos outros ecossistemas brasileiros, como a nossa já devastada Caatinga.

Quem merece a total reprovação dos brasileiros e da mídia são os gananciosos fazendeiros que desmatam a Amazônia e criam gado bovino sem qualquer tipo de critério ambiental. Foi o que aconteceu com a Caatinga no Nordeste Brasileiro, devastada desde a colonização do Brasil, e que hoje, em determinadas áreas, está em processo acelerado de desertificação.

Juntando a esta campanha inaceitável da Rede Bandeirantes contra o Ministério Público, foi apresentado ontem (08/06) na Câmara dos Deputados, o relatório de mudança do Código Florestal brasileiro proposto pela bancada ruralista, e pasmem, apoiada pelo deputado Aldo Rebelo (PC do B), relator da matéria. Mudança que na prática “perdoa”, resumindo o relatório, o desmatamento na Amazônia, e em outras regiões do país, praticados por proprietários de terras antes do ano de 2008.

É importante salientar que não sou contra o desenvolvimento econômico da região Amazônica e nem de outras regiões brasileiras, porém, não se pode, em nome de um pseudo-desenvolvimento econômico da Amazônia, destruir uma floresta que é patrimônio de todos nós, brasileiros e brasileiras.

A atitude do Grupo Bandeirantes de Comunicação, que também é dono do canal de tv agropecuário "Terra Viva", mas que quer uma "terra morta", envergonha o Brasil. É lamentável que em pleno século XXI, com tanta tecnologia a ser utilizada para produzir, plantar, etc., além do apelo mundial pela preservação do meio ambiente, ainda tem gente que é contra campanhas de conscientização ecológica dos cidadãos, ou que defende o retrocesso das leis ambientais.

Meu repúdio a Rede Bandeirantes e ao Deputado Aldo Rebelo.
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Assista o vídeo produzido pelo MPF e conheça mais detalhes da campanha "Carne Legal" clicando no link:
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Um comentário:

Norma Lima disse...

Sou amazônida e concordo com a sua opinião, foi realmente um desserviço a nossa região que tem sido atacada predatoriamente por esses grupos econômicos, entre eles os ruralistas e madereiros. Além disso, demonstrou a quem serve de fato (bancada ruralista), menosprezando o valor da democracia, consubstanciado no direito a informação e não a deturpação.

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