Caso Aryane: Delegada prevê desfecho em breve e anuncia surpresa para o fim do caso

Do Jornal O Norte
Com o blog Paraíba Hoje

Local onde o corpo de Aryane estava teria sido manipulado para enganar a polícia.

Última ligação dela foi para o suspeito.

Duas novas revelações feitas ontem pela delegada encarregada de apurar a morte da estudante Aryane Thaís Carneiro de Azevedo (neta da ex-vereadora belenense Hipernestre Carneiro), 22, sinalizam para um breve desfecho do caso. A primeira se refere ao local onde o assassinato ocorreu, um matagal às margens de uma BR. A investigadora Iumara Gomes (foto) declarou que a cena do crime foi forjada para induzir a polícia a acreditar na possibilidade de a jovem ter sido molestada sexualmente.

Encontrado seminu, sem o sutiã e com a calça aberta, o cadáver da vítima sugeria um abuso antes do estrangulamento. Mas os exames feitos no corpo da garota rechaçam a hipótese: a menina não sofreu violência sexual, garantiu a delegada.

A segunda trata da especulação em torno dos contatos telefônicos feitos pela estudante na noite do homicídio. Ela foi enfática ao garantir que a última ligação realizada do telefone de Aryane foi para o universitário Luís Paes Neto, apontado como o único suspeito de tê-la matado.

Os exames feitos no corpo de Aryane não encontraram qualquer vestígio de sêmen ou outro indício de conjunção carnal. Para Iumara, o resultado da perícia afasta a tese da defesa de um maníaco sexual ter atacado a menina. “A hipótese de isso ter acontecido foi descartada”, asseverou a delegada. Outra informação passada pela perícia questiona o local onde a jovem teria sido assassinada. Para os peritos, ela teria sido estrangulada em outro lugar e, depois, abandonada no matagal às margens da BR-230. A armação a respeito do suposto estupro, diz a polícia, teria sido feita no ponto onde o cadáver terminou sendo encontrado.

As informações levantadas pela polícia fecham o cerco contra o universitário suspeito de ter cometido o crime. A história já conhecida – e admitida em parte pelo próprio estudante de direito – coloca-o como a única pessoa a ter visto e conversado com a garota instantes antes de o crime ser praticado.

Até agora, sabe-se que ambos marcaram um encontro e se viram. Para a defesa do suspeito, ele teria se despedido de Aryane e ido para casa assistir a uma partida de futebol. Segundo o advogado de defesa, Aloísio Lucena, a garota deixou o carro e falou com alguém ao telefone. Os dados divulgados ontem pela polícia – com base na quebra do sigilo telefônico dela – derrubam a versão. A polícia e o Ministério Público encontram indícios de fragilidade no discurso do universitário.

Discreta no repasse de informações sobre o inquérito policial, a delegada Iumara Gomes anuncia uma surpresa para o fim do caso: “O resultado será histórico”.