A imprensa pró-Serra está se esforçando ao máximo para tentar reverter o prejuízo causado por mais uma declaração desastrosa e preconceituosa do ex-governador de São Paulo, José Serra. O tucano proferiu num evento evangélico em Santa Catarina uma frase no mínimo preconceituosa contra milhares de brasileiros que lutam para deixar o vício do cigarro.
Serra declarou, simplesmente, que as pessoas que fumam não são de Deus. Uma frase duplamente preconceituosa. Primeiro. Por não respeitar as pessoas que se consideram atéias, associando-as aos dependentes de drogas. Segundo, por considerar os fumantes como cidadãos e cidadãs que não querem largar o vício. Ora bolas! Alguém pode avisar ao Serra que na maioria dos casos os fumantes gostariam de deixar o vício, e algumas não conseguem?
Depois das declarações preconceituosas de Serra vem agora à imprensa tentar reverter o prejuízo. “Não! Serra não disse isso! Ele foi mal interpretado. O repórter que acompanhou o evento errou.” E a cada declaração de Serra a imprensa vem e corrige o “mal entendido”. É Veja, é Folha, é G1, é UOL, como um exército napoleônico, “corrigir” a frase do Serra.
Pergunto: Por que esses mesmos veículos de comunicação não deram ênfase na “correção” de uma reportagem da Folha de São Paulo quando a mesma publicou uma ficha falsa de Dilma afirmando que ela seria uma terrorista? No entanto, quando Serra fala que os fumantes não são de Deus, e ainda promove discriminação contra os ateus, aí vem todo esse aparato de comunicação tentando minimizar o prejuízo.
Interessante, acusar de terrorista uma mulher brasileira que foi torturada e que lutou contra a ditadura no país, e o pior, acusada por uma ficha policial falsificada pelo jornal, não merece destaque na imprensa nacional. Agora, tentar defender a fala de um candidato preconceituoso e retrógrado, como Serra, merece a mobilização de toda uma imprensa, que lamentavelmente, chegou ao fundo do poço da ética profissional e jornalística.
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