Esta diferença de visão quanto à política internacional começa a incomodar os EUA. Em entrevista ao Financial Times, o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, disse isso com todas as letras: “À medida que o Brasil se torna mais assertivo globalmente e começa a afirmar sua influência, vamos trombar com o Brasil em novos temas, como Irã, Oriente Médio, Haiti”.
O embaixador acrescentou que embora a emergência do Brasil seja muito positiva de uma maneira geral, ela nos desafia porque significa que temos que repensar como entendemos nosso relacionamento.”
Acho que não é necessária mais nenhuma explicação. O protagonismo brasileiro e, principalmente, a independência em relação aos EUA nas questões de política externa passaram a ser vistos como uma ameaça. Os EUA ficaram extremamente frustrados com a negativa brasileira de punir o Irã quando Hillary Clinton veio aqui em março pedir isso a Lula.
Os EUA, assim como muitos colunistas da nossa imprensa, não aceitam que a política externa brasileira é soberana e que o país passou a ter um papel de influência em escala global, difícil de ser assimilado por mentes cucarachas. Se Lula for bem sucedido em Teerã – e tomara que seja, porque isso evitaria retaliações, sofrimento ao povo iraniano e guerra – os EUA sairiam ridicularizados. É por isso que jogam tanto contra.
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