terça-feira, 17 de novembro de 2009

Editorial: Uma outra Paraíba é possível.


Ontem à noite (16) estava debatendo com uns amigos da faculdade - um caiçarense, um guarabirense, um bananeirense e um pessoense - sobre o potencial turístico e econômico da nossa querida Paraíba. Discutíamos o quanto a capital João Pessoa se transformou para melhor nos últimos anos, tornando-se uma das cidades modelos do Nordeste em administração. Avaliamos o potencial turístico da Região do Brejo Paraibano, do Litoral Norte, do Sertão, enfim, das diversas regiões do estado.

Cada um relatou brevemente o potencial turístico de suas respectivas cidades como Bananeiras que tem uma paisagem belíssima, seus casarões, suas trilhas ecológicas. Guarabira com seu turismo religioso, com seu ativo comércio e seu potencial econômico na área industrial. As cidades de Belém, Caiçara e Serra da Raiz, com potencial na prática de esportes de aventura, de trilhas com sítios arqueológicos, com suas origens ligadas a histórica Serra da Copaoba, na qual aconteceram sangrentas batalhas entre os nativos Potiguaras e os Portugueses.

Falamos ainda do quanto a nossa capital João Pessoa se transformou nos últimos anos, a exemplo da restauração do Ponto de Cem Réis, da Lagoa que passou por uma grande reforma, da vasta programação cultural da cidade, dos eventos artísticos nacionais e internacionais que estão chegando a João Pessoa, tudo isso movimentando a economia e trazendo benefícios a população.

E ficamos a nos perguntar: Com tanto potencial turístico, econômico, por que a Paraíba continua nessa estagnação, salvo exceções como a capital ou Campina Grande, se comparada a outros estados nordestinos? Por que não se investe no interior e aproveita-se o potencial, a vocação de cada região?

Outro dia, o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, esteve dando uma palestra no campus da UEPB em Guarabira e falou justamente sobre isso. Ricardo Coutinho disse que é preciso que haja um estudo profundo e se descubra a vocação econômica de cada região do estado da Paraíba. As experiências de uma administração podem ajudar, mas é preciso descobrir e apoiar a vocação e potencial de cada região do estado. E aqui não quero discutir as questões políticas partidárias, mas Ricardo Coutinho tem uma análise correta e que merece a atenção da população, pois os tradicionais grupos políticos que comandam ou comandaram a Paraíba nunca se preocuparam em desenvolver o Estado como um todo, e se resumiram a investir nos seus “currais” eleitorais.

Mas, uma coisa é certa, a população paraibana está cansada de práticas políticas atrasadas. Porém, vale ressaltar que nem sempre juventude significa novas práticas de se fazer política. O exemplo mais recente foi o medíocre governo do jovem Cássio Cunha Lima, que apesar de ser considerado um jovem na política, permaneceu com as mesmas práticas retrógradas e aprofundou ainda mais a estagnação da Paraíba. Podemos citar outros exemplos de juventude na “idade”, mas com as mesmas práticas coronelistas como o deputado federal Efraim Filho (DEM), herdeiro de uma das mais vorazes oligarquias do sertão paraibano.

É isso, a Paraíba é um Estado com um potencial incrível, com um litoral exuberante, do norte ao sul; de um sertão promissor; de um brejo bucólico e ao mesmo tempo radical com suas trilhas, cachoeiras, suas origens de resistência. Um Estado que espera não um salvador, um messias, mas um bom administrador que coloque em evidência e desenvolva todo esse potencial, retirando a Paraíba desse estado de estagnação. Ainda acredito que uma outra Paraíba é possível.

2 comentários:

Anônimo disse...

É isso ai.. Temos sim, e muito o que explorar. Pena que as lideranças de forma geral, só pensam em política, respiram política, sonham com política, comem e vomitam política... e a população é obrigda a ler e ouvir em todas as mídias regionais e estaduais, POLÍTICA! Infelizmente, meu caro, enquanto houver essa praga chamada política nas lideranças nordestinas e Brasil a fora,vamos sempre fazer estas mesmas peguntas que vc debateu com seus colegas... O duro é ver que a juventude que será o futuro dessa gente, seguem os mesmos passos de seus impostores políticos...que pena!

Internauta disse...

Vc esqueceu de mencionar o nome do então governador "Zé Maranhão". Ele tbm faz uso desses tipos de práticas que vc mencionou.

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