sábado, 18 de outubro de 2008

Romaria da Terra: novos desafios

Com o tema: Democratização do Acesso á Terra na Construção da Cidadania; será realizada no próximo sábado, dia 18 de outubro, a 16ª Romaria da Terra promovida pela Diocese de Guarabira. Saindo da cidade de Araçagi a partir das 20:00 hs, a romaria seguirá em direção a Guarabira, onde acontecerá o encerramento.

A Romaria da Terra tornou-se, ao longo de quase duas décadas, numa das mais importantes ferramentas de reivindicação dos agricultores da região do brejo paraibano por uma justa reforma agrária. E hoje, já podemos ver os frutos dessa mobilização por toda a região através dos vários assentamentos que foram criados, das centenas de famílias beneficiadas, enfim, podemos perceber a valor desse movimento popular.

Nos dias atuais, além da luta pela justa distribuição de terras, a Romaria da Terra tornou-se também um movimento em defesa da melhoria da qualidade de vida dos agricultores assentados, pois não adianta apenas distribuir terras, é preciso garantir recursos para a sobrevivência dos agricultores nas terras adquiridas, através de créditos rurais, infra-estrutura, convênios, para que possam produzir.

Outro aspecto importante da Romaria da Terra é a educação ambiental. A preservação da natureza, a convivência harmoniosa com o meio ambiente, ensinamentos propagados durante a romaria, demonstram a grandeza e o alcance social desse evento, que pela urgência de novas atitudes em relação ao meio ambiente, não poderia se omitir, já que a terra, objeto principal da reivindicação, é a mais afetada pelas mudanças climáticas.

Infelizmente, alguns setores da sociedade, não entendendo o valor e a necessidade de uma verdadeira e justa reforma agrária, se posicionam contra qualquer movimento de trabalhadores. Parte da imprensa, por exemplo, criminaliza movimentos ou organizações como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAG), o Movimento dos Sem-Terras, mas poucos buscam conhecer a dura realidade do campo.

Erros, equívocos, podem acontecer em qualquer instituição ou movimento. E esses desvios precisam ser corrigidos pelos líderes. Mas, não podemos generalizar, covardemente, essa parcela da população que quer apenas o direito de viver decentemente. Por isso, deixo o meu apoio e minha congratulação a todos os homens e mulheres que lutam por dignidade, por justiça social no campo e na cidade.

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