Pai pedreiro e mãe dona de casa, passou a ser arrimo de família quando estes se separaram. Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público. Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado.
Prestou concurso público para Procurador da República e foi aprovado.Licenciou-se do cargo e foi estudar na França por quatro anos, tendo obtido seu Mestrado em Direito Público pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1990 e seu Doutorado em Direito Público pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1993.
Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi Visiting Scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade Columbia em Nova York (1999 a 2000), e Visiting Scholar na Universidade da California, Los Angeles School of Law (2002 a 2003). Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês e alemão.
Não se quer aceitar, nesse debate - ou melhor, a mídia, a direita, o PSDB, o PFL, os Frias, os Marinho, os Civita não querem aceitar -, que Joaquim Barbosa é um estranho no ninho racialmente elitista que é o Supremo Tribunal Federal, pois esse negro filho de pedreiro do interior de Minas é apenas o terceiro ministro negro da Corte em 102 anos, conforme a Wikipédia, tendo sido precedido por Pedro Lessa (1907 a 1921) e por Hermenegildo de Barros (1919 a 1937). E quem é o STF hoje no Brasil? Acabamos de ver recentemente nos casos Daniel Dantas, Eliana Tranchesi etc. É o que sempre foi: a porta por onde os ricos escapam de seus crimes.
Joaquim Barbosa é isolado por seus pares pelo que é: negro de origem pobre numa Corte quase que exclusivamente branca nos últimos mais de cem anos, que julga uma maioria descomunal de causas que beneficiam a elite branca e rica do país. Sobre o que ele disse ao presidente do STF, Gilmar Mendes, apenas repercutiu o que têm dito, em ampla maioria, juízes, advogados, jornalistas, acadêmicos de toda parte do Brasil e do mundo, que o atual presidente do Supremo, com suas polêmicas midiáticas, com denúncias de grampos ilegais que não se sustentam e que ele até já reconheceu que "podem" não ter existido - depois de toda palhaçada que fez -, desserve à instituição que preside e ao próprio conceito de Justiça.
Gilmar Mendes pareceu-me ter querido "pôr o negrinho em seu lugar", e este, altivo, enorme, colossal, respondeu-lhe, com todas as letras, que não o confundisse com "um dos capangas" do supremo presidente "em Mato Grosso". Falando nisso, a mídia poderia focar nesse ponto, sobre "Mato Grosso", mas preferiu o silêncio. Esperemos...
Finalmente, esse episódio revelou-se benigno para a nação, a meu juízo, pois mostrou que ainda resta esperança para a Justiça brasileira. Enquanto houver um só que enfrente uma luta aparentemente desigual para si simplesmente para dizer o que falam quase todos, porém sem que os poucos poderosos deem ouvidos, haverá esperança.
Enquanto um resistir, resistiremos todos. Joaquim Barbosa é um estranho no ninho do STF, entre a elite branca da nação, e está sendo combatido por isso e por simplesmente dizer a verdade em meio a um mar de hipocrisia. O Brasil inteiro sabe disso e essa talvez seja a verdade mais importante, pois dará consequência aos fatos.
Fonte: Bodega Cultural
Um comentário:
A história do ministro Joaquim se confunde com as de outros tantos brasileiros, uma história pautada na determinação, na coragem, na dignidade, na vontade de vencer. Vindo de família humilde, Barbosa, diferentemente de Gilmar Mendes, nascido em berço Oligárquico, teve que enfrentar diversas batalhas e preconceitos para chegar onde está hoje. Negro, pobre, filho de um pedreiro com uma dona de casa, requisitos básicos para ser tratado de forma preconceituosa, Joaquim sentiu na pele o que é levar esses requisitos impostos por uma sociedade que julga a pessoa não pela sua capacidade, mas sim pela sua origem e posição social.
Se formos fazer um levantamento histórico, veremos que os maiores ícones da humanidade, seja lá em qual setor for, vêm de famílias humildes, simples, sem estatus social, mas que carrega no peito uma coisa em comum, a vontade de vencer. E não é preciso pesquisar muito para chegar a essa conclusão, temos exemplos em vida, como o nosso Presidente Lula, nordestino, de origem simples, que migrou para São Paulo com sua mãe e seus sete irmãos em busca de melhores condições de vida e hoje ocupa o maior cargo de uma nação. Como também o Presidente Americano Obama, filho de Queniano, carrega em seu registro um nome muçulmano, já pensou!!! E hoje lidera a maior potencia mundial.
Pois é! Isso incomoda muita gente, principalmente a direita brasileira, representada pela Tucanhalice, Demos, Veja, etc...etc..etc.... Sem esquecer da “toda poderosa” Globo, que faz de tudo para manipular a mente da população através de jornalistas como Arnaldo Jabor e Alexandre Garcia que tentam de todo jeito passar uma imagem negativa de Joaquim Barbosa aos brasileiros. Mas, quanto mais eles tentam denegrir a imagem de Joaquim, falando que ele é um descontrolado, que ele não pode debater no STF como se estivesse debatendo na rua com uma pessoa qualquer, mas o nome dele se reafirma como um ícone da justiça brasileira.
No mais, a Biografia de Joaquim Barbosa fala por si só.
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