Desde o famoso descobrimento do Brasil, lá para os anos de 1500 da nossa era, a cultura africana, trazida pelos negros escravizados pelo colonizador europeu, sempre foi alvo de discriminação e violência. Esse preconceito estabelecido contra as manifestações culturais dos negros, ainda está enraizado no imaginário popular da sociedade brasileira através de comportamentos, ditados, músicas, piadas, etc. Essa escravidão da cultura afro-brasileira precisa acabar. Como também das manifestações populares brasileiras, encarceradas pelos “produtores culturais” da mídia de massa.
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Para exemplificar essa discriminação, cito um episódio: Na última semana um grupo de mulheres descendentes de escravos africanos, lá do quilombo de Caiana dos Crioulos da cidade paraibana de Alagoa Grande, fez uma belíssima apresentação no pátio da Igreja Matriz da Sagrada Família aqui em Belém da Paraíba, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Aquelas mulheres negras, vestidas a rigor, cantaram e dançaram as típicas manifestações folclóricas do povo afro-brasileiro ao som dos tambores e dos pífanos. Uma verdadeira ciranda cultural. Lembrando que Quilombo é o nome do local, ou dos locais, onde os escravos se refugiaram da escravidão do colonizador branco.
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Mas, infelizmente, algumas poucas pessoas que não entendem nada de cultura, ou do que é cultura, criticaram a apresentação daquelas mulheres guerreiras, dizendo que estava “parecendo um ritual de candomblé”, e que “isso não era cultura”, essas foram às expressões. Ué! Mas qual é o problema de ser ou não ser candomblé? O Candomblé é uma manifestação religiosa do povo africano. Qual é o problema? Nenhum. É uma manifestação religiosa como o catolicismo, o protestantismo, o budismo, etc. e tal. Precisamos respeitar a cultura de cada povo.
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É por isso, e tantos outros fatos, que a educação e a cultura popular devem ser valorizadas pelos governos através de muito investimento. No mínimo, esses comentários preconceituosos são de pessoas que não tiveram uma boa formação humana e cultural. Dizer que a religião e os costumes do povo africano em geral, ou dos descendentes, não é cultura, é muita ignorância. Precisam de muito estudo. Mas, ainda é tempo de estudar e conhecer o que é cultura, ou o que são as culturas.
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Por fim, parabenizo a secretária de cultura de Belém, a ex-vereadora Patrícia Pontes, pela iniciativa. Continue trazendo esses grupos culturais para o nosso município. E também incentive outras manifestações da cultura local, as quais já foram tradicionais em Belém como o Boi de Reis, a Ciranda, as Bandas de Pífanos, etc. E deixo outra sugestão para a Secretaria de Cultura: Realizem uma Conferência Municipal de Cultura, para que esses assuntos sejam discutidos entre os estudantes e a população belenense. Vamos formar e informar o nosso o povo! Um abraço a todos!
Leia o excelente artigo de Gilson Caroni, intitulado "Olurun Eke e a República incompleta", publicado na Carta Maior, e reproduzido no nosso blog.
Um comentário:
Eu sou evangélico e estavo lendo sua argumentação, achei muito bom, você está de parabéns pelo seu blogspot, fico contente que você venha defender esses costumes e culturas, não sou nada contra, mas tem manifestações que nenhu, tipo de igreja aceita, Obrigado pela atenção. Nota 10 '^^'
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