terça-feira, 24 de agosto de 2010

Economista e ex-professora de José Serra, Maria da Conceição Tavares, diz que o tucano ficou “burro”. Professora já declarou apoio a Dilma

“Os jovens não têm muita clareza sobre o país em que vivem.” “Os jornalistas fazem um estardalhaço sobre o mercado do petróleo, mas o que eles entendem desse mercado? Fazem parecer que é facílimo, mas não é”. “José Serra não era tão conservador quando mais novo. Para vocês verem, algumas pessoas, quando envelhecem, ficam burras.”

Estas foram algumas das frases que marcaram, na manhã desta terça-feira, 24, a conferência da economista Maria da Conceição Tavares, no auditório da reitoria da UFMG, no campus Pampulha. Com o tema O Brasil e a crise internacional, a palestra fez jus à personalidade forte da economista e mostrou sua visão sobre a trajetória brasileira rumo ao desenvolvimento e sobre o contexto internacional.

Encarregado de saudar a palestrante, o reitor Clélio Campolina prenunciou o que os espectadores – que lotavam o auditório e a sala de videoconferência montada no saguão da reitoria –, presenciariam ao afirmar que “é impossível ficar indiferente diante da Maria da Conceição”.

O foco da palestra foi a reação do Brasil à crise internacional, iniciada em 2008. Antes mesmo de entrar na discussão, Maria da Conceição deixou claro que poucas vezes esteve tão esperançosa quanto ao Brasil. “A outra vez que tive boas expectativas para o futuro do país aconteceu no período do presidente Juscelino Kubitschek.”, afirmou.

A justificativa para isso, segundo a economista, é que a crise permitiu ver que o Brasil se desvencilhou dos grandes centros industriais, tornando-se autônomo política e economicamente. “Uma piada antiga dizia que se os Estados Unidos pegassem uma gripe, o Brasil sofreria de pneumonia. A crise internacional mostrou a inversão disso. Os EUA ficaram pneumônicos e o Brasil teve um leve resfriado”, explicou.

Potência

Ela disse também que o país deixou para trás a “maldição furtadiana”, teoria do economista Celso Furtado que pregava a capacidade brasileira de crescer economicamente, mas sem gerar desenvolvimento social. “Se continuarmos nessa trajetória atual, em uma ou duas décadas seremos uma potência mundial”, vaticinou.

Para ela, o Brasil foi bem-sucedido no controle da crise e isso pôde ser visto na velocidade com que o país conseguiu sair dela. Segundo Conceição Tavares, no fim do segundo semestre de 2009, nossa economia já não sofria os efeitos da recessão mundial. Entre as razões estiveram as medidas com preocupação social, como o empenho em manter o nível de desemprego estável nas metrópoles e o aumento do salário-mínimo. “Ao contrário do que dizem, o aumento do salário foi maior que o crescimento do lucro dos bancos”, esclarece Maria da Conceição.

Essa capacidade de gestão econômica e mesmo os bons índices de crescimento fazem da América Latina e da Ásia as regiões com melhores perspectivas de desenvolvimento para os próximos anos, defendeu a economista. A relação entre eles é uma das condições para esse futuro promissor. “A demanda asiática tornou a venda de matéria-prima satisfatória para o Brasil, pois elevou os preços. Antigamente, nós da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina) lutávamos contra isso, mas as condições de comércio eram outras, os preços eram muito baixos”, exemplificou.

Já grandes potências como Japão, Alemanha e Estados Unidos vivenciam com intensidade o mau momento da economia mundial. Isso possibilita ver, destaca a economista, a ausência de uma potência reguladora de economia. “Atualmente, temos potências desreguladoras. Os Estados Unidos, por exemplo, não têm conseguido cuidar nem de si”, destacou.

Do site da UFMG

Assista ao vídeo no qual a economista Maria da Conceição Tavares fala da sua então aluna da Unicamp, Dilma Rousseff.

2 comentários:

Zazá barros disse...

Gostaria de ter o minimo do maximo da inteligência dessa grande mulher. Assim como a clareza com a qual encherga o fundo do poço, que é a vida socio-economica de nosso país.Bravo! Maria da conceição Tavares.Olha! o Alan do curso de Historia é meu sobrinho,um grande menino e um ótimo amigo.

Júnior Miranda... disse...

Vlw Zazá, o amigo caiçarense Alan estuda comigo no curso de História na UEPB. Abs

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