Caiçara: 100 anos de emancipação.

Neste dia 07 de novembro de 2008, o município de Caiçara, localizado na região do Brejo Paraibano, especialmente no vale do Curimataú, está comemorando o seu centenário de emancipação político-administrativa. Segundo dados do IBGE, o primeiro morador da região onde está localizada Caiçara teria sido José de Abreu Cordeiro, que no ano de 1.776 obteve uma sesmaria.

No entanto, de acordo com o escritor caiçarense, Severino Ismael da Costa, em seu livro, Caiçara: Caminhos de Almocreves, o primeiro morador da região teria sido Raphael de Carvalho ou seus representantes, através da obtenção da sesmaria nº 13, no longínquo ano de 1.619. Já no ano de 1.822, o senhor Luiz Soares de Mendonça adquiriu outra sesmaria localizada na atual sede do município.

Apesar de estar completando oficialmente, nesta data, os 100 anos de emancipação, a fundação da cidade de Caiçara remonta os anos de 1.883, quando, pela Lei Provincial nº 768, de 6 de dezembro daquele mesmo ano, é elevada a categoria de Vila, o que corresponde hoje à categoria de município. Fato que causou vários conflitos com a Serra da Raiz, pois a maioria dos donos de engenho do território morava na Serra, e não aceitava a liderança de Caiçara na região.

Por causa dessa disputa pela liderança regional, no ano seguinte, em 02 de outubro de 1.884, Caiçara perdeu a categoria de Vila e o seu território foi anexado ao da Serra da Raiz, que se tornou, a partir de então, a sede do município. Posteriormente, os dois territórios, tanto o de Caiçara quanto o da Serra da Raiz, passaram a pertencer a Guarabira, quando finalmente, em 07 de novembro de 1.908, através da Lei nº 309, Caiçara emancipa-se definitivamente.

Por fim, parabenizo a centenária Caiçara, a cidade marquesa, caminhos dos almocreves, por sua história de luta e determinação em defesa de sua gente. Deixo minhas saudações como belenense, à cidade mãe dos municípios que a circundam, pois a nossa história é a história de um só povo, inspirados nos valentes índios potiguaras que lutaram em defesa da majestosa Cupaóba.