terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pedro Américo e José Américo de Almeida; Dois brasileiros da Paraíba


Por coincidência, passei hoje, dia 7 de setembro, pela cidade de Areia, na região do Brejo Paraibano, terra natal de Pedro Américo, pintor do quadro “Independência ou Morte”, também conhecido como “O Grito do Ipiranga”, encomendado pelo Imperador Dom Pedro II; e ainda, autor do famoso quadro “A Batalha do Avaí”, dentre outros.

O paraibano e areiense Pedro Américo, que além de pintor foi historiador, escritor e filósofo, ganhou fama internacional com suas obras artísticas durante o século XIX, recebendo o pedido de um quadro até do governo italiano, para ser exposto no Palácio Galleria degli Uffizi (Galeria de Ofícios) em Florença.

Areia, terra do ilustre Pedro Américo e uma das cidades mais frias da Paraíba, com temperaturas que podem chegar a até 8º durante o inverno, está localizada há quase 650 m de altitude, no Planalto da Borborema, aliás, denominação que não faz jus a região de Areia, já que “Borborema” significa “terra infértil” ou “estéril”, característica totalmente diferente da encontrada nessa região úmida e serrana da Paraíba, na qual ainda existem dezenas de engenhos, produzindo uma das melhores cachaças do Nordeste e também a tão conhecida rapadura.

É desta cidade brejeira da Paraíba, que destacamos outra importante personagem nacional, o José Américo de Almeida, escritor, fundador da Universidade Federal da Paraíba e ex-ministro da Aviação e Obras Públicas durante o governo do gaúcho e presidente do Brasil, Getúlio Vargas.

Com José Américo de Almeida, mais uma vez a Paraíba se viu ligada politicamente ao Rio Grande do Sul. O outro fato se deu com a indicação de João Pessoa como vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, porém, com o assassinato de João Pessoa em 1930, já destacado nesse blog, o paraibano não chegou até o fim da eleição, motivo este que teria sido o estopim da Revolução de 1930 no Brasil.

Apesar de ter sido ministro de Getúlio, José Américo se indispôs diversas vezes com o ex-presidente, rompendo com Vargas após o golpe de 1937, com o chamado Estado Novo. José Américo de Almeida era pré-candidato a presidência da República quando Getúlio deu o golpe de Estado e impediu a realização de eleições. Getúlio teria dado sua palavra de apoio à candidatura do paraibano José Américo, porém descumpriu o acordo.

Já no campo literário, José Américo de Almeida ganhou projeção nacional, tornando-se influente na literatura brasileira através do romance “A bagaceira”, publicado em 1938, no qual deu ênfase aos aspectos regionais, inaugurando o gênero literário denominado “Romance Regionalista do Modernismo Brasileiro”, estilo do qual se tornou adepto outro escritor paraibano, o José Lins do Rego, através, por exemplo, de sua obra “Menino de Engenho”.

São com essas breves notas sobre o Pedro Américo e o José Américo de Almeida, dois paraibanos da cidade de Areia, que homenageio o nosso Brasil nesta data considerada importante na sua história. Todavia, mais importante que festejar uma simples data, é comemorar o atual momento de afirmação histórica como nação progressista, que voltou seu olhar para os brasileiros esquecidos, com ações políticas de um nordestino, o Lula, que talvez tenha se inspirado numa frase do paraibano José Américo de Almeida: "Vamos fazer a política dos pobres, pois a dos ricos já está feita".

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